Ponte Rio Niterói

Relatos antigos afirmam que o projeto da Ponte Rio-Niterói é do ano 1875, com o objetivo de ligar a cidade do Rio de Janeiro aos municípios que ficavam no litoral norte do estado, do outro lado da Baía de Guanabara, Dom Pedro II chegou a contratar o engenheiro inglês Hamilton Lindsay-Bucknall para realizar estudos sobre a viabilidade da obra. A princípio, a interligação seria por um longo túnel sob as águas da Baía de Guanabara, utilizando como referência as obras do metrô de Londres. Anos depois, foi apresentada a opção de erguer uma ponte ligando as duas cidades.

Balsa utilizada no ínicio do Século

Os jornais da época indicavam que era um “grande empreendimento, cujas vantagens são incontestáveis”, mas que, pela grande dificuldade de execução e altos gastos, a ponte era julgada impraticável.

Jornal de 1883

A ideia foi posta de lado por alguns anos, mas não foi totalmente esquecida. Há inúmeros relatos de conversas entre autoridades e empresários, além de propostas sobre o tema na primeira metade do século XX.

Jornal de 1915
Projeto da Década de 1920
Projeto de uma ponte suspensa ligando Niterói ao Rio de Janeiro em 1935

Nos anos 60, a obra se tornou uma necessidade depois que a frota de carros aumentou bastante ,e o fluxo de pessoas que saía da capital fluminense rumo à região norte do estado se intensificou.

Antes da inauguração da ponte, quem quisesse fazer a travessia Rio-Niterói de carro precisava dar a volta na Baía de Guanabara ou pegar uma barcaça, que transportava 54 veículos por vez. Entre esperar na fila, embarcar, atravessar e desembarcar o veículo, a viagem pelo mar demorava até duas horas.

Travessia Rio-Niterói Década de 1960

A outra era contornar a Baía por uma estrada de mais de 100 quilômetros de extensão, cruzando a cidade de Magé, para só então chegar a Niterói

Somente em 1963 foi criado um grupo de trabalho para estudar um projeto para a construção de uma ponte que ligaria Rio-Niterói.

Várias propostas para a ponte foram estudadas antes de o governo federal, responsável pela obra, bater o martelo. Um dos trajetos possíveis era mais curto, mas passava perto do aeroporto, obrigando a ponte a ter no máximo 50 metros de altura, o que atrapalharia o fluxo de grandes navios. Havia ainda uma opção que facilitava a navegação, mas com um trajeto mais comprido que aquele finalmente aprovado pelo governo.

Traçado escolhido

Em 29 de dezembro de 1965, uma comissão executiva foi formada para cuidar do projeto definitivo dessa construção.

A apresentação oficial do projeto da Ponte Rio-Niterói aconteceu no dia 14 de novembro de 1968, na Escola de Engenharia da Universidade Católica de Petrópolis (UCP). As obras tiveram início em janeiro de 1969.

Mapa

Era muitas as dificuldades para a execução dessa obra.

A primeira delas era garantir que as rochas oceânicas do fundo da Baía de Guanabara suportariam o peso da estrutura.

A partir daí, as fundações da ponte foram construídas com a ajuda de ilhas flutuantes, que levavam os equipamentos de perfuração do leito oceânico. As grandes perfuratrizes trabalhavam dentro de tubos que as protegiam da água do mar. As escavações tinham que atingir trechos de rocha sólida, capazes de sustentar as bases da ponte. Nos buracos eram então instaladas longas tubulações metálicas (preenchidas com concreto) que iam do subsolo oceânico até a superfície do mar.

Método Construtivo

Era muitas as dificuldades para a execução dessa obra.

A primeira delas era garantir que as rochas oceânicas do fundo da Baía de Guanabara suportariam o peso da estrutura.

A partir daí, as fundações da ponte foram construídas com a ajuda de ilhas flutuantes, que levavam os equipamentos de perfuração do leito oceânico. As grandes perfuratrizes trabalhavam dentro de tubos que as protegiam da água do mar. As escavações tinham que atingir trechos de rocha sólida, capazes de sustentar as bases da ponte. Nos buracos eram então instaladas longas tubulações metálicas (preenchidas com concreto) que iam do subsolo oceânico até a superfície do mar.

Fundações

Com o uso de guindastes – que se apoiavam na base dos pilares – eram erguidas as estruturas pré-moldadas que formaram as duas pistas da ponte. Essas peças, chamadas de aduelas, que eram de concreto e tinham 5 metros de comprimento e 110 toneladas de peso cada uma, eram encaixadas umas nas outras.

Como as aduelas eram de difícil instalação em vãos muito largos, elas não foram utilizadas na parte central da ponte, que precisava ter distância maior entre os pilares para os grandes navios passarem. A saída foi usar gigantescos blocos metálicos que, somados, chegavam a 850 metros.

O fato lamentável, de acordo com jornais e revistas da época, 32 pessoas morreram durante o processo de construção, embora se acredite que o número seja bem maior.

Acidente em 24 de março de 1970 em um teste de carga feito em uma plataforma flutuante.

A obra, cujo nome oficial é Ponte Costa e Silva, com seus 13,29 quilômetros de comprimento – sendo 8,83 deles sobre a água – e 72 metros de altura em seu ponto mais alto, a Rio-Niterói é a maior ponte do Hemisfério Sul. Tamanha obra levou seis anos pra ficar pronta. A construção começou em 1968 e a inauguração em 1974, tornando realidade um sonho brasileiro do século XIX.

Em 2004, após sugestão da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), foi adotada um sistema de atenuantes para resolver um problema de oscilação mais que o normal quando passavam de 55 km/h

Cronograma:
  • 1875: Dom Pedro II contrata um engenheiro inglês para propor uma solução para ligar a cidade do Rio de Janeiro a Niterói;
  • 1963: Criação de grupo de trabalho para estudar a construção de uma ligação entre as cidades;
  • 1965: Formada comissão executiva para cuidar do projeto de construção da ponte;
  • 1968: Autorizada a construção da Ponte Rio-Niterói e apresentação do projeto final;
  • 1969: Início das obras;
  • 1974: Inauguração da ponte.
Curiosidades

Sua estrutura de concreto levou cimento suficiente para construir oito estágios do tamanho do Maracanã. Já suas vigas de ferro, se fossem alinhadas, completariam uma volta inteira no planeta Terra.

A ponte possui 11 sub-estações de energia, 42 transformadores, 980 pontos de iluminação e 400 pontos de sinalização náutica e aérea.

A obra para a construção da ponte custou, na época, US$ 400 milhões, o que hoje daria uma fortuna de US$ 2,5 bilhões. Cerca de 10 mil operários e 200 engenheiros trabalharam pra colocar a estrutura em pé.

As estruturas que sustentavam as pistas demoravam quatro dias para serem erguidas pelos guindastes. Durante todo esse tempo, a obra precisava ser vigiada e monitorada de perto, já que as enormes peças contraíam e expandiam de tamanho, por causa da variação de temperatura.

Os engenheiros, então, acompanhavam os cálculos por meio de um painel até o momento em que as estruturas eram encaixadas e soldadas umas às outras.

Outra dificuldade solucionada pela engenharia e pela tecnologia foi a altura do vão central, maior que no restante da estrutura, para permitir que grandes barcos pudessem se deslocar sob a ponte. Seu ponto mais alto fica a 72 metros do nível do mar.

Toda a estrutura que foi utilizada nas obras da Ponte Rio-Niterói foi fabricada na Inglaterra em módulos que chegaram ao Brasil por transporte marítimo. Essa importação foi bastante difícil, devido ao movimento que havia na Baía de Guanabara.

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