O legado eterno de Leonardo da Vinci: um gênio além do seu tempo
Leonardo da Vinci, nascido em 1452 e falecido em 1519, foi um renomado pintor italiano e um dos maiores gênios do seu tempo. Sua notável obra-prima, a icônica “Mona Lisa”, o consagrou como um dos principais artistas do Renascimento.

Embora muitas de suas obras tenham se perdido ou permanecido inacabadas, apenas 12 pinturas de autenticidade reconhecida são conhecidas, revelando a importância dada pelo artista aos contrastes de luz e sombra e, especialmente, ao movimento.
Embora tenha se destacado principalmente na pintura, Leonardo da Vinci era um gênio em diversas áreas, como engenharia, arquitetura, urbanismo, mecânica, cartografia, balística, hidráulica e anatomia, entre outras.
Nascido na pequena aldeia de Vinci, próxima a Florença, Itália, em 15 de abril de 1452, Leonardo viveu com sua mãe até os quatro anos e depois foi morar com seu avô paterno. Já na infância, demonstrou aptidão para desenho e pintura. Aos 16 anos, foi levado para Florença, onde trabalhou como aprendiz no ateliê do renomado pintor e escultor florentino Andrea del Verrocchio.
Seu primeiro trabalho importante foi a colaboração na pintura “O Batismo de Cristo” de Verrocchio, na qual pintou os “anjos e a paisagem à esquerda do quadro”. O talento de Leonardo foi tão evidente que, aos 25 anos, ele se juntou aos artistas que trabalhavam para Lourenço de Médici, o famoso mecenas que governava Florença. Em 1478, recebeu a encomenda de pintar um painel de altar para a capela de São Bernardo no Palácio da Senhoria.
Em 1481, Leonardo foi encarregado de pintar um painel para a igreja dos frades de São Donato, em Scopeto, próximo a Florença, mas a obra “Adoração dos Magos” ficou inacabada. No mesmo ano, aos 30 anos de idade, transferiu-se para Milão e ofereceu seus serviços a Ludovico Sforza, o duque de Milão, se apresentando como engenheiro, arquiteto e pintor.
Durante sua estadia em Milão, em 1483, ele pintou o quadro “A Virgem das Rochas”, existindo duas versões, uma no Museu do Louvre e outra na Galeria Nacional de Londres. Em 1485, Leonardo iniciou a pintura de “A Dama com Arminho”, retratando Cecília Gallerani, a amante de 14 anos do duque de Milão. Em 1495, deu início aos preparativos para pintar “A Última Ceia”, um afresco de grandes dimensões no refeitório do Convento de Santa Maria delle Grazie, em Milão. O trabalho levou três anos, com Leonardo redesenhando e aprimorando as figuras da ceia.
Leonardo permaneceu em Milão até 1499, projetando a catedral da cidade, mas apenas elaborou um esboço, acabando por projetar um amplo sistema de canais e abastecimento de água, além de um plano completo de urbanização da cidade. No mesmo ano, quando os franceses invadiram Milão, Leonardo retornou a Florença.
Entre 1500 e 1501, Leonardo viajou constantemente. Em janeiro e fevereiro, esteve na corte de Mântua, onde recebeu a encomenda do retrato da marquesa Isabel d’Este, porém a obra não foi concluída. Em Veneza, estudou o sistema defensivo da cidade ameaçada pelos turcos e projetou enormes catapultas.
Em 1502, em Florença, foi nomeado Engenheiro Militar e acompanhou César Bórgia em suas empreitadas de guerra. No mesmo ano, Leonardo iniciou a famosa pintura de “Gioconda” (Mona Lisa), encomendada por Francesco del Giocondo, um rico florentino, retratando sua esposa. Em 1507, Leonardo foi nomeado pintor e engenheiro na corte de Luís XII da França, levando consigo a obra inacabada da Mona Lisa. Foi nesse mesmo ano que concluiu a pintura, que se tornaria uma das mais célebres da arte ocidental e hoje é a principal atração do Museu do Louvre, em Paris.
Em 1510, Leonardo da Vinci finalizou a pintura “Santa Ana, a Virgem e o Menino”, que havia iniciado em 1503, encomendada para o altar-mor da Igreja de Santa Annunziata, em Florença. Em 1513, seguiu para Roma, onde era protegido do irmão do Papa Leão X e trabalhou para Juliano de Médici. No entanto, Roma preferiu artistas mais jovens, como Rafael e Michelangelo. Nessa época, Leonardo pintou “São João Batista”, provavelmente sua última obra.
Leonardo da Vinci aprofundou seus estudos em matemática e óptica, dedicando-se a projetos de arquitetura, engenharia e anatomia. Seus estudos anatômicos foram considerados desrespeitosos aos mortos, pois ele realizava dissecação de cadáveres, uma prática ilegal e considerada pecado pela Igreja. Leonardo confessou, em seu leito de morte, ter dissecado trinta cadáveres para estudar a estrutura do corpo humano, anotando suas observações de forma peculiar, escrita de maneira reversa para ser lida em frente a um espelho, o que ficou conhecido como seu “Tratado de Anatomia”. Todos esses estudos foram registrados em inúmeros desenhos, incluindo sua famosa obra “Homem Vitruviano”, que representa as proporções perfeitas do corpo humano e está exposta na Gallerie dell’Accademia, em Veneza.
Com a morte de Juliano de Médici, Leonardo aceitou o convite de amigos franceses e deixou definitivamente a Itália em 1516, levando consigo seus manuscritos, centenas de desenhos e três quadros encomendados, mas não entregues.
Leonardo da Vinci faleceu no Castelo de Cloux, perto de Amboise, na França, em 2 de maio de 1519, durante a visita do rei Francisco I. Na época de sua morte, Leonardo da Vinci estava doente e enfrentava problemas de articulação na mão esquerda. Ele passou seus últimos dias no Castelo de Cloux, onde foi acolhido como hóspede por Francisco I.
No mês de abril de 1519, Leonardo da Vinci estava acamado, cercado pelos três quadros que haviam se tornado seus companheiros fiéis: a icônica Mona Lisa, a amada obra Santa Ana e o retrato de São João Batista. Essas obras-primas testemunharam os talentos e a genialidade desse grande mestre renascentista.
No dia 2 de maio de 1519, Leonardo da Vinci faleceu no Castelo de Cloux, aos 67 anos de idade. Ele foi sepultado no convento da Igreja de Saint Florentin, em Amboise, França.
A morte de Leonardo da Vinci foi uma perda irreparável para o mundo da arte e do conhecimento. Sua contribuição abrangente e multifacetada nas áreas da pintura, engenharia, anatomia, matemática e muitas outras continua a inspirar e fascinar até os dias atuais.
Leonardo da Vinci deixou um legado duradouro e sua obra influenciou inúmeras gerações de artistas e estudiosos. Sua busca incessante pela compreensão da natureza e sua habilidade de capturar a essência da forma humana e da beleza são evidentes em suas obras-primas remanescentes, que permanecem como testemunhas de sua genialidade e criatividade incomparáveis.
Cronologia
1452: Leonardo da Vinci nasce em Vinci, Itália.
1470: Início do aprendizado de pintura no atelier de Andrea del Verrocchio em Florença.
1482: Leonardo muda-se para Milão e oferece seus serviços a Ludovico Sforza.
1495-1498: Trabalha na pintura da “Última Ceia” no Convento de Santa Maria delle Grazie, em Milão.
1503-1506: Inicia a pintura da famosa “Mona Lisa”.
1513: Leonardo parte para Roma, onde realiza estudos de matemática, óptica e anatomia.
1516: Leonardo aceita o convite de Francisco I da França e vai para Amboise.
1519: Leonardo da Vinci falece no Castelo de Cloux, na França.
1523: Os cadernos de Leonardo da Vinci são herdados por Francesco Melzi, seu discípulo mais próximo.
1568: A primeira biografia de Leonardo da Vinci, escrita por Giorgio Vasari, é publicada.
1630: Os cadernos de Leonardo da Vinci são redescobertos em bibliotecas italianas.
1797: Napoleão Bonaparte retira a pintura da “Mona Lisa” do Louvre e a leva para o Palácio de Fontainebleau.
1804: A “Mona Lisa” é devolvida ao Louvre após a queda de Napoleão.
1870: A “Mona Lisa” é roubada do Louvre, mas é recuperada em 1913.
1919: Os cadernos de Leonardo da Vinci são publicados em uma edição completa.
1952: O “Homem Vitruviano” de Leonardo da Vinci é exibido na Galeria dell’Accademia, em Veneza.
2019: Celebrações em todo o mundo marcam os 500 anos da morte de Leonardo da Vinci.
O legado de Leonardo da Vinci continua a inspirar e encantar pessoas ao redor do mundo, seu trabalho sendo estudado e apreciado até os dias atuais.